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Uma das perguntas mais frequentes em relação ao sono é a “de quanto sono preciso?”. Curiosamente esta mesma pergunta tem sido debatida por diversos especialistas e investigadores que acabaram por reunir em consenso, uma tabela publicada e actualizada no último ano pela National Sleep Foundation esclarecendo sobre o tempo de sono adequado para cada escalão etário. O ser humano oscila em determinadas funções ao longo de diferentes fases do desenvolvimento e muda ao longo da vida. A necessidade de sono e a forma como este ocorre também. O recém-nascido pode dormir entre 11 a 19 horas por dia, fazendo intervalos mais ou menos curtos, essencialmente para comer. Tem, neste período da vida, um padrão polifásico (o sono ocorre várias vezes durante as 24h). O tempo médio de sono e o seu padrão sofrem alterações significativas logo no primeiro ano de vida, passando neste escalão etário (1-2 anos) a uma média de 11 a 14 h de sono, sendo que na idade escolar (6-13 anos), as 9 a 11 h de sono deveriam ser respeitadas, colocando de parte as sestas que, na minha opinião devem manter-se pelo menos até aos 5 anos de idade. A tempestade pubertária faz com que se chegue à universidade com requisitos médios que rondam as 8 a 10 h de sono, passando para 7-9 h na idade adulta e mantendo-se desejavelmente constante até às 7-8h assumidas como razoáveis nas idades avançadas. Claro que, sendo a natureza individual do Homem, um espelho da diversidade, o sono, sobretudo no que respeita à sua duração é também individual e depende de características próprias a cada individuo. Nesta medida pode ser por vezes perigoso ditar receitas universais sobre o tempo de sono adequado a cada pessoa. Como regra, o tempo de sono adequado deve ser aquele que nos deixa bem-dispostos, recuperados e aptos a viver o dia seguinte da melhor forma possível. Assim, cada um terá na ideia o tempo que precisa. Contudo, se existirem dúvidas, uma forma fácil de confirmarmos se estamos ou não em privação de sono é comparar o sono que temos durante a semana com o sono em dias livres ou fins de semana. Idealmente não devem existir diferenças, e um alerta deve ser emitido quando esta ultrapassa as 2h. Sendo uma das funções do sono a recuperação, a duração depende, pois, da circunstância especifica. Um atleta, em principio deve dormir mais do que um sedentário e a presença de disfunção ou doença normalmente surge associada a um aumento do tempo de sono… Mas se o tempo é de facto relativo… o sono não!